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A Família nunca passou de um Espaço de Violência

Atualizado: 9 de mar. de 2021

Desde que o homem remeteu a mulher para o isolamento do lar, para se certificar que esta lhe daria apenas herdeiros legítimos e assim poder transmitir a sua propriedade privada de forma segura, que o conceito de família que daí adviria se transformou num espaço de violência.

No início, quando a humanidade florescia e se espalhava pelo planeta, as relações sexuais eram feitas dentro do grupo ou tribo. Estamos a falar dos tempos idos da pré-história.

Os homens podiam acasalar com várias mulheres.

O resultado era que ninguém sabia quem era o seu verdadeiro pai. Apenas se conheciam as mães, que era de onde as crianças saíam.


Com o surgir do desenvolvimento agrícola e pastoril, surgiu a propriedade privada.


Como toda a gente só sabia quem era a mãe, quando alguém morria, toda a sua herança, rebanhos, terrenos, cabanas, etc., passavam para a linha materna - foi o domínio do direito materno. Esta situação deu muito poder às mulheres.


Mas os homens começaram a reagir. Depois de todo o trabalho que tinham ao longo da vida para arrecadar melhores condições de vida, não acharam "piada" a verem os seus bens a passarem para a sua mãe ou para os irmãos.


Foi aí que começou a repressão social e sexual da mulher. Esta passou a ter que ficar em casa a tomar conta das crianças e a fazer os trabalhos domésticos, só para que não pudesse ter contacto social com outros homens e assim o dono da casa, o Patriarca, pudesse ter a certeza que os filhos eram mesmo dele (na altura ainda não existiam teste de ADN).


Ao homem era consentido ter relações com várias mulheres, ou mesmo ter várias esposas, já à mulher, se também o fizesse, era considerada uma prostituta. Com o passar dos tempos, este tipo de controlo social passou para as próprias mulheres, que assim se controlavam umas às outras num jogo de competição para arranjarem um marido rico, mostrando que eram as mais castas.


Com o aparecimento das religiões, este regime repressivo foi-se aprimorando por todo o planeta, em especial com o Império Romano, em que o termo "Famulus" designava um conjunto de mulheres, crianças, escravos e animais domésticos, debaixo do mesmo teto e sobe o domínio de um homem - o Patriarca. Ainda hoje, a igreja católica não permite que as mulheres assumam papeis de liderança dentro desta organização, o que não as tem impedido de bajularem os padres, quando os veem - é a atração do Poder.


Tudo o que escrevi até aqui, ainda hoje se verifica, quer no facto de muitas mulheres adquirirem o nome de família do marido, bem como pelas atitudes competitivas e repressivas entre elas, na tentativa de arranjarem um macho mais bem posicionado na escala social.


Conforme tenho escrito, tudo aquilo que não tem uma base biológica, acaba por perder força moral, ou seja, por não ser correto ou então acabar por ser abandonado.


Os homens estão dimensionados para viverem uns com os outros. As mulheres só se sentem bem entre mulheres.

Porque raio haveríamos de aceitar que este modelo de família, falo apenas do nosso, o da civilização ocidental (os outros não são muito melhores), é um espaço natural e que se as pessoas não são felizes é porque não sabem assumir compromissos ou partilhar coisas e experiências?


A família nunca passou de um espaço de violência física e psicológica. Apenas alguns casais conseguiram ser felizes neste modelo, ou por força da resignação ou por se darem muito bem. A família é contra natura. O amor romântico também foi criado artificialmente, através dos contos de fadas, de príncipes e de princesas.


Com a Revolução Industrial, o ordenado do homem não chegava para sustentar o lar. A mulher teve que sair de casa para o mercado do trabalho. Assim, começou a ganhar alguma autonomia financeira e psicológica, mesmo antes de casar. A partir daí começou a confusão - começou a precisar menos do homem para sobreviver e a impor a sua vontade, o que trouxe ao de cima a aberração do modelo familiar. Em pouco mais de um século, deu-se uma revolução nos papeis sociais e nas relações entre géneros, sem que ninguém tivesse percebido muito bem o que se estava a passar.


Agora temos o divórcio, o casamento gay, a violência doméstica e muita gente a viver sozinha com os próprios filhos, etc., etc..


Vamos ficar à espera que o modelo de família se ajuste por si próprio ou seremos capazes de dar um passo em frente, assumirmos a responsabilidade pelos nossos destinos e, de forma deliberada, reestruturarmos esta instituição, que já nem para dar educação aos filhos serve?


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